Resenha: Aos Perdidos com Amor | Brigid Kemmerer

Título: Aos Perdidos com Amor 
Autora:
 
Brigid Kemmerer

Editora: Plataforma 21
Número de páginas: 456
Classificação:
Sinopse: Juliet Young sempre escreveu cartas para sua mãe. Mesmo depois da morte dela, continua escrevendo – e as deixa no cemitério. É a única coisa que tem ajudado a jovem a não se perder de si mesma.

Já Declan Murphy é o típico rebelde. O cara da escola de quem sempre desconfiam que fará algo errado, ou até ilegal. O que poucos sabem é que, apesar da aparência durona, ele se sente perdido. Enquanto cumpre pena prestando serviço comunitário no cemitério local, vive assombrado por fantasmas do passado.
Um dia, Declan encontra uma carta anônima em um túmulo e reconhece a dor presente nela. Assim, começa a se corresponder com uma desconhecida... exceto por um detalhe: Juliet e Declan não são completos desconhecidos um do outro.
Eles estudam na mesma escola, porém são tão diferentes que sempre se repeliram. E agora, sem saber, trocam os segredos mais íntimos. Mas, aos poucos, a vida real começa a interferir no universo particular das confidências. E isso pode separá-los ou uni-los para sempre.
Entre cartas, e-mails e relatos, Brigid Kemmerer constrói uma trama intensa, repleta de descobertas e narrada sob o ponto de vista dos dois personagens. Uma história de amor moderna de arrebatar o coração.

 Resenha 

“Todos temos luz e trevas dentro de nós, Harry. O que nos define é o lado com o qual escolhemos agir”. Essa foi a frase que ficava na minha mente quando eu lia Aos Perdidos Com Amor.
O livro é lindo, impactante, forte. Sim, é um livro infanto-juvenil que conta a história de dois adolescentes muito diferentes que eventualmente se apaixonam em circunstâncias fora do seu cotidiano habitual, assim como centenas de outros livros do gênero. Mas, apesar de todo esse clichê, o livro se envolve em muito mais que isso. O livro nos mostra que, apesar de novos, adolescentes precisam ser tratados com maturidade, pois eles são humanos que estão aprendendo a lidar com o mundo, e que, assim como adultos, passam por situações na vida que são pesadas. Adolescentes também são passíveis de vivenciar traumas.
O livro conta a história de dois adolescentes: Juliet Young, uma menina que acaba de perder a mãe e se sente culpada pela sua morte por ter pedido a ela que voltasse para casa um pouco antes de uma viagem a trabalho. E Declan Murphy, um adolescente rebelde que é conhecido por ter dirigido um carro bêbado e acabar sendo preso por isso.
Juliet é vista por Declan como uma garota mimada que tem tudo nas mãos, e o Declan é visto como o encrenqueiro que vai acabar sendo preso uma hora ou outra. O livro sempre bate nessa tecla, de que não devemos “julgar um livro pela capa”, e que seres humanos são muito mais do que apenas suas embalagens, ou apenas uma decisão ruim, ou um dia ruim.

"Um dia não é a sua vida inteira. É só um dia."

Além disso, o livro fala como adultos também não são perfeitos, como pais nem sempre tem razão, e como eles, além de passíveis de erros, às vezes não sabem lidar com certas situações. Adolescentes sempre acham que tudo é o fim do mundo, né? Um fim de namoro, ou uma discussão com um amigo, sempre parece que vai doer até o fim dos tempos. E parte disso talvez seja falta de diálogos com os pais, o fato de muitas vezes, adolescentes serem tratados como crianças, que não vão entender certos assuntos.
Apesar de ser um livro de romance, o livro trata de muito mais do que isso. Fala sobre amizades, sobre traumas, sobre luto, família e sobre julgamento. Os personagens são tão bem construídos, tanto a Juliet como o Declan que estão sempre ali, como os que estão em segundo plano; o Rev e seu problema familiar e como ele lida com aquilo, o pai da Juliet, que no início é como uma incógnita, e descobrimos que ele também tem suas dores, a mãe do Declan, que sentimos raiva e amor ao mesmo tempo, e o Alan, padrasto do Declan que pensamos sempre ser alguém, e no final nos deparamos o julgando da mesma forma que os personagens são julgados. A escrita é cativante, com diálogos reais e cheios de sentimento.
Fazia tempo que um livro não me prendia de tal forma. Fiquei feliz em sair um pouco de livros “maduros” e de me abrir para voltar a minha adolescência em livros de romances colegiais.

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