Resenha: Por uma revolução africana - Textos Políticos | Frantz Fanon



 Título: Por uma revolução africana - Textos Políticos

Autor: Frantz Fanon

Editora: Zahar

Sinopse: Recém-formado, em 1953 Frantz Fanon deixa a França para chefiar a ala psiquiátrica de um hospital na Argélia, encontrando um país em combustão social. No ano seguinte, eclode a guerra pela independência. Mergulhado na situação dramática vivida pelo povo argelino e africano em geral, ele adere ao movimento revolucionário como intelectual e militante da Frente de Libertação Nacional.

Por uma revolução africana é uma bússola do percurso de Fanon, oferecendo um panorama privilegiado do desenvolvimento de sua obra e de suas teses políticas, filosóficas e psicanalíticas. Escritos entre 1951 e 1961― anos decisivos em que produziu os clássicos Pele negra, máscaras brancas e Os condenados da terra ― e agora reunidos nessa poderosa coletânea de artigos, ensaios e cartas, seus textos políticos dão prova da potência transformadora e original que fez de seus pensamentos e ações um modelo paradigmático do intelectual ativista.
Médico, filósofo político, teórico do colonialismo e das possibilidades de superá-lo, militante da independência africana, o psiquiatra martinicano foi antes de tudo um revolucionário, inspiração central para os movimentos negros e de direitos civis no mundo. Por meio de uma profunda análise da situação do colonizado ― que pode diagnosticar através de sua experiência médica diária ―, Fanon disseca a opressão imperialista e o efeito psicológico devastador causado pelo racismo, examinando questões como o panafricanismo, os sentidos da negritude na África e no Caribe e a atitude da esquerda francesa diante da Guerra da Argélia.

Resenha


"Por uma Revolução Africana" é um compilado com textos produzidos pelo médico, militante e filósofo político Frantz Fanon, que analisa e aborda vários tópicos como o colonialismo, preconceito e suas consequências para uma sociedade, a curto e longo prazo. Nascido em uma colônia na África e posteriormente, trabalhando como médico na Argélia, outra colônia francesa, o autor teve a oportunidade de vivenciar e falar com experiência sobre como funciona o colonialismo para o invadido, e como essa dinâmica está associada a dominação, sofrimento e preconceito. Com muitas marcas que são carregadas até hoje.

O livro começa com um interessante prefácio do especialista em Fanon,  Deivison Faustino, professor da Unifesp. O que ajuda a apresentar o leitor, ao autor da obra,  ajudando a entender o que levou  Fanon a ser um militante ferrenho pela independência da Argélia, além de analisar alguns ideais do autor. Após isso, a obra é dividida em partes, onde consta um ou vários textos, dependendo do tema. É uma leitura enriquecedora, que nos faz levantar vários questionamentos, e enxergar o colonialismo de uma forma muito mais profunda e sangrenta, do que vemos na escola quando estudamos o assunto.

Não dá para mencionar todos os textos, mas eles passam por temas como o tratamento recebido pelo africano perante seu colonizador, sobre o racismo e a estrutura social que o incentiva, colonialismo e seus ideais (e consequências), entre outros. 

Não são textos puramente didáticos, mas com a vivência e análise de uma mente crítica. Apesar de não ser um romance, e de tratar de temas complexos, a escrita do autor não é difícil, e o livro não é longo. O leitor se sente até instigado a pesquisar a respeito dessas relações e tirar suas próprias conclusões. Foi uma leitura diferente do que estou acostumada, mas bastante enriquecedora.

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